terça-feira, 27 de janeiro de 2015

As sombras de Auschwitz

www.iriahorn.net Iria Horn

Entre girassóis negros de uma manhã sem fim
Os trilhos iam chegando ao seu final
Naqueles escombros podia-se ouvir as vozes dos fantasmas
O arame farpado parecia uma sintonia fora de lugar

Os vagões, o comboio, tudo parecia em seu lugar, o final de mais um dia
A dor, o desespero, no ar se enchia
E naquele dia o sol negro aparecia

E dentre todos os sonhos que ainda vivia
o despertar daquela manhã me afligia
Nem mais sonhos
Entre aquele bosque se ouvia

Inda era primavera naquele tempo
Mas naquele dia o inverno se fazia
Noite fria
Quanta agonia.

Lembrança da casa quente
Do almoço do meio dia
Do café fresquinho quando o sol rompia
O lençol macio que o cobria
A coberta quente que aquecia

Mas eu via
ciganos em alguns instantes, que precedia, a morte os recebia
E naquela marcha do silencio a fila prosseguia
Somente os gritos de um homem magro
Que de seus olhos pensamentos já não se via

E os fantasmas de pijamas listrados
De cabelos raspados
Como animais marcados prosseguiam
Seguiam para o matadouro, final chamado.

Hoje naquele lugar o sol continua a brilhar
Mas as lembranças continuam naquele lugar.

O orvalho ainda lembra
As lágrimas que respingaram
Dos suspiros tristes em noites de luar.
O céu de inverno negro ainda lembra
De todos que por ali passaram.

By Iria Horn
27/01/2015































EU

A vida é da cor que você pinta

www.iriahorn.net Iria Horn

De onde eu vim

De onde eu vim
De onde eu vim Das entranhas da luz De onde o tempo não tem fim E onde a felicidade se reproduz Havia um recanto guardado p’ra ti No infinito daquela muralha existe num castelo que nunca vi Mas onde, dizem,que nada falha Nesse lugar infinito Onde o amor (re)nasce E a tristeza se suicida No sitio onde viver é bonito E ter emoção é ser atrevida Lá, havia um ruela perfumada Pelo sonho de uma vida Que me estava pelo destino abençoada Vestia-me com um vestido da ousadia Andava de braço dado com o luar Procurei-te no trilho do amor Desorientada e perdida por não te encontrar Deixo-te na esquina do tempo a flor Que tenho para te oferecer Agora, já era tarde, tenho de voltar Para o lugar de onde vim Amanhã voltarei para te procurar Porque os sonhos são sempre assim angela caz